segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cortejo Fúnebre

Vesti-me de luto.
O negro nunca me caiu mal...
Cobri com um véu a face molhada,
e emudeci, neste meu pranto espectral.

No cortejo, nada há de teatral.
A viúva, no seu transe, já não quer ser consolada.
E eu vejo, por entre as rendas do véu humedecido,
as netas que choram, a filha que sofre, desamparada.

Que triste é a morte - Que estranha é a vida.
Eu não páro de pensar naquela gente,
que, entre lágrimas amargas, ainda tem força
para encarar a cova frente-a-frente.


Mariana Reis

3 comentários:

  1. essa força q aparece de onde nem sabemos!vc soube passar bem esse momento!bjo mari!

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  2. Muito obrigada, Alexandre...essa força aparece quando mais precisamos dela :)

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  3. bjos pra vc mari, aguardo mais textos! ;)

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