domingo, 9 de dezembro de 2012


Enquanto lava os saiotes às freguesas
pensa sempre nos minutos que não passam
Não reclama, não nasceu p'ra ser princesa
sente que os dias já pesam, já amassam

Pudesse ela fazer das horas segundos
e iria aonde a levasse o mundo.



terça-feira, 16 de outubro de 2012


Chorei como quem chora
uma partida
Quando acordei
e vi que não lá estavas.

Eu sinto que
a cada despedida
fico mais pequenina
mais mirrada.



sexta-feira, 17 de agosto de 2012


Tudo nela soa a falso
e a postiço
Desde os beiços às canelas
Desde as unhas ao toutiço
Tudo nela é um rebuliço
de tralhas, cores e farpelas

Pobre escrava do barroco
de pele baça e amarela!

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Minha amora negra
veludo mais doce
vem pôr-me nos lábios
versos de saudade



O que vai acontecer
quando não estiveres aqui
quando eu não souber de ti
e quiser adormecer?

Quando tu olhares para mim
o que vai acontecer?

quarta-feira, 23 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Já não sei andar na rua como andava
faltam-me os teus passos longos, demorados
Agora só tenho os meus, desorientados
que só conhecem a rua onde moravas...


(Mariana Reis)

quarta-feira, 28 de março de 2012

O meu delicioso almoço... :)



Tortellini com orégãos e parmesão ralado... :)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

São escuros, os olhos de Julieta
São olhos de quem já tudo encontrou
São raros, são da cor das violetas
Só olham para aquilo que já passou

E se estes olhos um dia falassem
diriam que não vê quem nunca amou.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Passa a noiva, com a sua nevada sombra
A arrastar um véu de manchas e farrapos
E o vestido, que é feito só de trapos
Traz na fronte um brilho cego, que ensombra

Quem a vê pairar de noite, entre os ciprestes,
Não diz nada, fica preso ao seu encanto
Porque ela foi enterrada ainda de branco
Porque aquelas são para sempre as suas vestes.


(Mariana Reis)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Este não saber de nada e nada querer
Este não fazer de conta
Este marasmo
Dá-me tamanho fervor, e tal prazer
Que hoje já pus de parte o meu sarcasmo...

Coisa estranha, esta de não saber ser
De ter sempre a alma inerte, sem um espasmo...



Mariana Reis

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Tu que não choras por nada e nada sentes
Tu que andas nesta vida por andar
Tens o coração atado com correntes
Tens nas veias sempre o sangue a congelar.

Tu que odeias, que alucinas, tu que mentes,
Nunca hás-de perceber o verbo amar.


Mariana Reis